Breves notas sobre as capacidades das empresas.
Para garantir a sustentabilidade e crescimento das empresas, os gestores devem verificar se têm meios para assegurar o acesso a equipamentos e outros recursos necessários à exploração corrente e a investimentos futuros, nomeadamente investimentos de marketing como a comunicação, força de vendas, entre outros.
Para além das capacidades financeiras, as capacidades podem ser avaliadas ao nível dos recursos humanos e das tecnologias e equipamentos da empresa.
De acordo com alguns autores, capacidade é a “aptidão de uma empresa explorar os seus recursos” e a competência “refere-se à integração e coordenação das capacidades”. Assim, as capacidades situam-se ao nível das funções (comerciais, de marketing, de gestão, de produção, ou outras) e transformam inputs em outputs. As competências veem-se no output, por exemplo, a competência de inovação pode resultar das capacidades do marketing, do I&D e das operações. Logo, é importante conhecer as capacidades da empresa para perceber de que forma se conseguem criar competências distintivas, enquanto fonte de vantagens competitivas sustentáveis.
Em primeiro lugar, refira-se que as capacidades das empresas dependem, em grande parte, das capacidades dos seus recursos humanos, tanto na componente produtiva, operacional, logística, como comercial e de marketing. As pessoas são, cada vez mais, um fator crítico de competitividade, principalmente numa altura de mudança de paradigma, para a i4.0. Neste novo ambiente, aos trabalhadores exige-se, antes de mais, um maior domínio das linguagens tecnológicas que lhes permitam conviver com Sistemas ciber-físicos (CPS) e robôs, dominando ferramentas e técnicas que possibilitem uma ação em tempo real, com maior eficácia e eficiência. As pessoas vão passar a trabalhar num ecossistema mais colaborativo, com outras pessoas, com máquinas e sistemas de informação integrados vertical e horizontalmente, fazendo emergir novas interações internas e com outras organizações.
Focando na esfera do marketing, um dos aspetos fundamentais para as empresas, principalmente aquelas em expansão, está na forma como se organiza para atender o mercado, ou seja, nas capacidades de vendas e de marketing que possui, principalmente porque o interface de marketing e das vendas nas empresas B2B é, geralmente, disfuncional. O marketing cresceu de um simples departamento de vendas para um complexo grupo de atividades, o papel das vendas também mudou drasticamente nas últimas duas décadas, tornando-se cada vez mais estratégicas. As empresas podem melhorar o seu desempenho permitindo que a função comercial execute tarefas de marketing, desde que se estabeleçam iniciativas de cocriação com os clientes.
Em segundo lugar, a empresa deve conhecer a sua posição relativamente aos meios produtivos e tecnológicos necessários, numa altura em que a indústria terá que se adaptar ao crescente dinamismo dos mercados de vendas e aos desafios radicais que a exigência de inovação impõe, nomeadamente no que se refere à eficiência energética e dos recursos, e à crescente hibridização de produtos utilizando mecatrónica, software e serviços. A nova revolução industrial digital mantém a promessa de maior flexibilidade na produção, uma customização em massa, maior velocidade, melhor qualidade e melhor produtividade. No entanto, para que estes benefícios se concretizem, as empresas precisarão investir em equipamentos, nas TICE e na análise de dados, bem como na integração de fluxos de dados em toda a cadeia de valor.
Ou seja, é vital que as empresas conheçam as suas capacidades atuais para planear os investimentos necessários que sirvam a concretização das suas estratégias num novo contexto organizacional.
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